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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O cientista agnóstico e Prêmio Nobel de Medicina que se converteu através de milagre em Lourdes


Origem e trabalhos científicos


Alexis Carrel (1873-1944)
Alexis Carrel nasceu em 28 de junho de 1873 em Lyon na França. Nascido em uma família católica, foi educado por sua mãe Anne Ricard e também estudou na escola São José em Lyon. Seu pai era um empresário e também se chamava Alexis.  Alexis Carrel foi casado com Anne-Marie-Laure Gourlez de La Motte com quem não teve filhos.

Graduou-se com o Bacharelado em Letras em 1889 e em Ciências em 1890 na Universidade de Lyon. Em 1900 obteve o Doutorado na mesma instituição.

Seus trabalhos científicos mais importantes foram na área da Medicina através de técnicas e cirurgias experimentais de transplante de tecido e de órgãos inteiros em animais.  Ele foi pioneiro na cirurgia de vasos sanguíneos em humanos e em manter vivo por longos períodos em ambiente frio, tecidos e vasos sanguíneos.

Começou seus trabalhos em 1902 em Lyon, continuando na Universidade de Chicago nos EUA onde em 1905 trabalhou no Departamento de Fisiologia. Tornou-se Membro Associado do Instituto Rockfeller para Pesquisa Médica em 1906 onde realizou a maior parte dos experimentos que o levou a receber o Prêmio Nobel de Medicina em 1912.

Carrel serviu como Major no Corpo Médico do Exército Francês durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) onde ajudou no desenvolvimento do conhecido método Carrel-Darkin de tratamento de feridas de guerra que foi amplamente usado.

Em 1935, com a colaboração de Charles Lindbergh que o ajudou na parte da mecânica, Carrel desenvolveu uma máquina para suprimento de um sistema estéril de respiração para órgãos removidos do corpo. Carrel também foi pioneiro em cirurgia torácica.


O Milagre de Nossa Senhora em Lourdes

Atendendo a um pedido de um colega médico, no ano de 1902, Alexis foi até Lourdes com o intuito de ver de perto as alegadas curas. Com o passar dos anos Carrel acabou se tornando um agnóstico convicto e fortemente cético. Foi então até Lourdes para estudar os fatos medicamente inexplicáveis das rápidas curas que fizeram do local das aparições famoso.  

No mesmo trem a caminho de Lourdes estava uma jovem de 23 anos de nome Marie Bailly, que sofria de peritonite tuberculosa, um dos tipos de tuberculose extrapulmonar e que, apesar das proibições médicas, havia embarcado em segredo poucos instantes antes do trem partir graças à ajuda de uma enfermeira. Isso ocorreu às 13 horas do dia 26 de maio. Durante a noite, temendo que Marie morresse durante a viagem, Alexis a deu injeções de morfina de modo a aliviar seu sofrimento.

Por volta do meio-dia de 27 de maio o trem chegou a Lourdes.Às 14 horas do dia 28 de maio, Marie foi levada do hospital à gruta num estado de quase morte com o abdômen extremamente inchado onde foi lavada por três vezes com a água da gruta. Após isso se iniciou sua rápida e inacreditável recuperação. Por volta das 16 horas, seu abdômen já não estava mais inchado e pela noite já podia se sentar normalmente, falando, comendo e não mais vomitando tudo que digeria; algo que não acontecia nos últimos cinco meses. Não mais necessitando de ajuda, no dia 30 Marie embarcou sozinha no trem de volta para Lyon onde chegou no dia 31 por volta do meio-dia pegando o bonde para casa de seus parentes.

Todos estes eventos e a completa recuperação de Marie nos seis meses posteriores foram acompanhados de perto por Carrel os quais ele mesmo fez questão de anotar. Alguns detalhes do que aconteceu no trem a caminho de Lourdes e nos 2 dias seguintes foram narrados por Alexis no seu livro escrito em francês “Le Voyage a Lourdes” (A Viagem para Lourdes, na tradução livre) publicado em 1949, alguns anos após sua morte. Em 1950 o livro foi publicado também em inglês.

Carrel teve então que admitir tratar-se de um milagre a cura de Marie Bailly. Sua nova postura favorável à autenticidade dos milagres de Lourdes fez com que Carrel não fosse mais bem-vindo no meio médico de Lyon que era claramente anti-católico. Assim, ele continuou seus trabalhos fora da França retornando apenas em 1912 para uma breve visita quando foi laureado com o Prêmio Nobel de Medicina.


A Conversão 

Apesar dos acontecimentos de Lourdes demorou um pouco até que Carrel retornasse à sua Fé de infância.

Após sua cura, Marie Bailly foi aceita como postulante pelas Irmãs da Caridade. Em 22 de fevereiro de 1937 Marie faleceu e poucos meses depois disso Carrel encontrou um Padre que se tornou seu amigo e também seu guia. Finalmente, por volta de 1942, Alexis firmou sua fé no credo da Igreja Católica. Faleceu como católico dois anos depois aos 71 anos de idade.




A 28 de dezembro de 2015, Festividade dos Santos Inocentes e mártires.
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Um comentário:

  1. Eu, Amilton Maciel Monteiro, hoje com 87 anos (08.07.2019), nasci em 25.07.1931 e conheço esse depoimento de Alex Carrel desde a década de 1950, quando li o resumo de seu livro (o homem, esse desconhecido), traduzido em resumo pela Seleções. Infelizmente até hoje ainda não traduziram para o Português a importante obra desse grande médico e pesquisador francês falecido em 1944. Espero que apareça um tradutor que possa fazê-lo. Agradecerei muito, assim como muitas pessoas interessadas também com certeza agradecerão. Amilton.

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